quinta-feira, 31 de julho de 2014

The saint or the bitch?

Por que não tudo?

Sociedade de merda que nos subdivide entre putas e santas. Me sinto num jogo de 7 erros onde existem milhões, sendo esfregados na nossa cara.

Convenhamos, existem as santas, as vadias, as loiras, as morenas, as ruivas... E as santas que viram vadias, que são morenas que ficam loiras, que querem ficar ruivas. Acho essa subdivisão muito vaga e inútil. Na verdade, a subdivisão "homem de verdade" e "mulher de verdade" já me soa tosca, mas isso é pano pra outra manga.

Repito, por que não tudo? Fiz um texto uma semana atrás, eu acho, falando que não sabia se já era mulher e essa semana me peguei em dúvidas estúpidas sobre mim mesma. Hoje eu sei que são estúpidas porque eu estou vendo as coisas com mais calma e com mais sinceridade. Não faz mal uns pingos nos is de vez em quando.

Com a clareza das duas da manhã eu consigo ver que eu tento ser de tudo. Sim, tudo. Puta, santa, loira, morena, ruiva e qualquer outro adjetivo que vier. E pode vir! Se eu já não fui, eu vou ser. Por um momento ou 30, mas eu vou ser. 

Me vendo no espelho no ultimo domingo eu percebi o quanto eu sou...Loira! A única variável que eu listei que não variou nesse ultimo final de semana. E não me importo! Sim! Não me importo! Não me importo com as opções que restaram para as pessoas imaginarem aquilo tudo que eu fui. Fui porque eu posso ser tudo, fui porque eu quis.

Se eu, mulher-menina-puta-santa-loira, fui tudo nesse fim de semana, por que eu não posso passar a vida em variáveis? Variáveis que me arrancam sorrisos e me dão lembranças boas. Que me fazem sorrir quando erram a minha idade (para menos), que fazem eu me sentir gorda e gostosa, quase que ao mesmo tempo. Que me fazem juntar aquilo que eu quero com aquilo que eu posso. Porque, de fato, eu posso.

Esse "poder", ou seja lá o que, de decidir aquilo que você quer ser é absurdamente subestimado pela boa maioria dessa nossa sociedade que idolatra a boa e velha ideia de "mulheres putas" e "mulheres santas". Sociedade, eu sou o que eu quiser. Sou o que me convém a hora que convém. Citações de regras e planos a serem seguidos é a cara de quem é "santa" e queria mudar de lado, mas a sociedade não deixa. Então abrace sua "santa"! Porque a partir do momento que ela ver que ela também pode ser o que ela quiser, não existirão regras. Não existiram putas, santas, loiras, morenas, ruivas...

*


2 comentários:

  1. Acho tão importante o que você escreveu, por que é uma coisa que a sociedade faz é limitar as pessoas,ou dar enfase a um só lado de alguém. Só fui descobrir isso meio tarde quando conheci Shirley Manson e a PJ Harvey. Com a Shirley foi meio inconsciente ,mas com a PJ a coisa estava lacrada. Vi que ela poderia ser tudo, uma mulher punk louca da porra, uma santa, uma puta, uma mulher que estava querendo sempre passar alguma coisa provocativa no sentido de deixar todo mundo questionando. Acho isso maravilhoso, e descobri que isso é o mais massa de tudo.E que todas nós podemos ter tantas facetas , porque vamos nos limitar a uma só sendo que todas as facetas são verdadeiras?

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    1. Bingo! Todas as facetas são verdadeiras e, sim, somos todas elas! ;~)

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