-Você derrete por dentro
Só ele faz ideia do quanto. Ele e a cama embaixo de nós.
Dentre roupas espalhadas e uma respiração cansada depois de não sei quanto
tempo, a cabeça dele pousa na minha barriga e a mão na minha virilha. Virilha,
parte de dentro da coxa, joelho...
- Eu amo seu corpo, sabia?
Seguido de uma tentativa de chupão na barriga e um riso
descontrolado de quem ainda está perdida no êxtase do ultimo orgasmo. E eu não
acredito em uma só palavra que ele diz.
A mão dele volta pra minha virilha e eu sinto um arrepio.
Depois do arrepio, dois sorrisos. Ele sabe de onde vem. Mal sabe ele o quanto
eu não aguento mais nada, o quanto esta difícil o simples fato de me manter
acordada. Mesmo assim, ele não para. Minha respiração ofega e no rosto dele um
sorriso de quem não tem vergonha do que faz.
- Você derrete por dentro. Igual gelo. Quando você pega
fogo, você derrete.
“Eu derreto por dentro”. Não consigo medir o quão
dominada e cheia de tesão eu fiquei naquele momento. “Eu derreto por dentro”.
Senti arrepios só por aquelas palavras que saíram tão deliciosamente da boca
dele. Daquela boca que eu já perdi as contas de quantas vezes eu tirei gemidos,
quantas vezes eu beijei e quantas vezes ela sorriu por ver como ele me vira do
avesso.
E ficamos ali. Eu, totalmente derretida, de todas as
maneiras, olhando e babando no cara sem roupa que estava apoiado no próprio
braço, com um sorriso meigo e safado no rosto. Enquanto beija minha barriga, eu
vejo a mente dele viajar. Não sei pra onde ele vai ou em que curva minha ele
parou, mas, aos poucos, ele retoma a consciência e deita em mim novamente.
- Eu te amo.
*
*
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