Um pedaço um tanto quanto grande, podemos por assim dizer.
Quando entro, dou de cara com a sua camisa, uma foto sua/nossa na parede. Não, espera.. três. Um desenho seu, uma camiseta sua. Se abro o guarda roupa, acho um moletom. Se abro uma gaveta, acho uma cueca e outras camisetas. Outra gaveta e uma escova de dente. Meu travesseiro tem seu cheiro, meu pinguim de pelúcia - que você me deu- tem seu cheiro. Esse quarto, hoje, é só meio meu.
Acho que a minha vida toda é só meia minha. Não dá pra querer fazer algo sem imaginar o que você vai achar e o que você, talvez, vá falar. E, você não sabe mas, sua opinião também muda a minha. Não é imposta. É só algo que convém equilibrar e fazer algo bom para todo mundo, sabe. Algo que compensa. Que equilibra.
Quando eu paro pra pensar, é assustador. Sério. Meia vida, meio quarto... Onde mais tu vai invadir?! Minhas gavetas estão diminuindo! Meia gaveta? Meio guarda roupa? O que mais meu que vai ser seu também? Bom... Eu tenho umas opções.
Acho que eu preciso mudar minhas crenças para admitir que a crença alheia é mais sonhadora do que a minha. Aliás, eu já admito. Mas eu também quero acreditar em pessoas, sabe. Também quero me permitir a sonhar com coisas que eu, hoje, não acho que sejam possíveis.
Como fazer isso tudo sendo que eu só tenho meio quarto? E meia gaveta?
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