segunda-feira, 9 de junho de 2014

Arrepios e arrepios

Minha paixão por Slipknot só me faz aumentar e deixa cada vez mais exposto os arrepios que a música me trás. É estranho porque não é uma ou outra, mas todas. Um arrepio que começa por dentro. No fundo do peito. É como se percorresse, e talvez percorra, todo o meu corpo. Sinto meus braços quase incontroláveis, aparece um sorriso na cara, independentemente do que ele cante, porque não importa o que ele canta. O "desenho" da banda me excita. Sim, excita. As guitarras que, por enquanto, são inalcançáveis para mim; um baterista que faz toda a diferença, um vocalista que me deixa sem palavras pela forma de conduzir a banda e pela forma como me deixa. Inconscientemente, eu percebi que a sensação que o Slipknot me trás é bem parecida com uma sensação de orgasmo.

Por um momento, eu não sei onde eu estou. Aquilo tudo que sai de dentro do meu peito, da minha garganta... Aquilo que entra pelos meus ouvidos me trás lembranças de uma tarde de domingo onde ir embora era, sim, uma opção. Mas ficar me pareceu tão bom e tão errado que eu acabei cedendo. 

Até hoje eu me lembro de duas vozes na minha cabeça enquanto eu me perdia. Palavras em meio a guitarras absurdamente altas que eu sabia, exatamente, qual seria a próxima frase e outra voz que eu não fazia ideia do que estava por vir. Ficar foi tão errado e tão fascinante ao mesmo tempo!

E se foi um show inteiro. Aproximadamente uma hora de tudo em excesso. Vozes entrando e saindo em excesso, gritos entrando e saindo em excesso. Foi então que eu percebi que eu não conseguia me lembrar onde eu estava. Chão, sala, quarto, cozinha, banheiro... Eu simplesmente não me lembrava e não conseguia saber. Parecia que nada tinha cores e tudo era colorido demais. Parecia que a minha voz não me obedecia e eu não sabia quais palavras eu estava falando e, muito menos, o grau delas. Mas, eu não me importava. Eu simplesmente deixei aquele excesso todo fazer parte de mim. 

Depois da consciência retomada, eu me permiti não saber onde eu estava ou que horas era. Me senti atropelada por um infinidade de excessos que, hoje eu admito, cada dia eu quero mais.


*

Nenhum comentário:

Postar um comentário