sábado, 25 de abril de 2015

De mim para... Você!

Oi vô! Acordei com uma saudade imensa de você. Uma coisa quase inexplicável, apesar de ainda me lembrar da última saudade súbita que me deu.

Eu era pequena quando a última lembrança sua foi marcada na minha cabeça, apesar de ver você sorrir o tempo todo. Tenho uma foto sua dançando com a vó no meu quadro de fotos. Aliás, vocês estão dançando e eu tinha uns 3 anos. Eu fiquei olhando com cara de tacho pra quem tava tirando a foto enquanto vocês dançavam e sorriam. A vó parecia meio sem graça, então eu imagino que o senhor puxou ela para dançar, mesmo com ela relutando. Mas ela foi. E, com certeza, não se arrependeu.

Eu namoro um cara legal. Bem legal, na verdade. Vocês iam se dar bem. Ele ia falar pro senhor parar de fumar porque ele não gosta de cigarro nem coisas "não saudáveis". Sim, ele é um fresco, eu sei. Ele também não quer que eu fume nem nada do gênero porque "faz mal". Mas ele é um cara legal. Ele cuida de mim de uma forma que o senhor não ia acreditar, sabe. E ele fala de morar junto também. É, ele é meio louco.

Eu gosto de escrever. Eu sei que quando eu tinha 7 anos eu não fazia nada disso, mas hoje eu escrevo. Por prazer mesmo. Porque me acalma e tira um peso do meu peito. É uma forma que eu encontrei de não surtar. Apesar de que hoje escrever é pouco, sabe. Eu ando meio nervosa. Quase imagino o senhor falando "Pra quê isso?". Pois é, vô. Pra quê isso? "Uma moça tão bonita e nervosa desse jeito? Tem que se acalmar, fia.."

Meu pai fala que se o senhor me visse tocando, ficaria orgulhoso. Eu não toco pra caramba. Na verdade, eu me cobro muito sobre isso pois é uma coisa que eu quero fazer pro resto da vida, então eu quero fazer direito, mas eu acho que o senhor ia gostar. Não por eu tocar muito, mas por o senhor ver que eu cresci e evolui nisso, de alguma forma. Claro que o senhor não ia gostar muito do estilo porque não tem viola caipira, e eu entendo, sabe. Eu realmente entendo. Mas eu gosto de acreditar que o senhor já me ouviu tocar.

E eu puxei meu pai. Na bagunça. E eu falo muito palavrão também. E eu também não uso saia, apesar de querer comprar um salto. Eu ainda sinto que eu estou crescendo, e sei que essa não vai ser a última saudade súbita que vou sentir do senhor.

Espero que esteja aqui, do meu lado, enquanto meu coração dói e martela de saudade. Espero mesmo. Porque eu ia gostar muito que o senhor lesse isso e sorrisse de volta por cada lágrima minha e cada palavra bem escolhida para representar o que eu sinto agora. Eu espero que eu consiga te ver de novo nos meus sonhos, qualquer dia, a qualquer momento, ou que o seu cheiro passasse por mim, qualquer dia, a qualquer momento.

Eu sinto sua falta.

Te amo.

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