segunda-feira, 20 de abril de 2015

Parece que dói mais nomear os bois

Não sei se é impressão minha ou se é um fato, mas me dói mais. Me sinto tachada de coisas que eu talvez nem seja, sabe. Que eu talvez nem tenha, mas tem que nomear de algo então vamos nomear para poder se encaixar em algum diagnóstico vazio, já que é mais fácil. E assim os nervos se saltam e os remédios ganham nomes. Porque, né.

Não sei dizer quais são os seus efeitos e os seus defeitos, mas algumas coisas mudaram sem o meu consentimento. E me sinto de mãos atadas. Eu sei que é tudo passageiro e toda essa parafernalha que eu venho tentado me apoiar, mas é dolorido você ver o mês passando enquanto os remédios continuam os mesmos. 

Aí os nomes fixam na minha mente, como se a doença fosse mais leves do que os nomes dos bois. Seremos honestos: é assustador. É assustador manter o controle enquanto surtar alivia. Enquanto o surtar coloca mais bois numa fazenda que já tem alguns nomeados, sem querer. E o auto controle vira quase algo obrigatório. Ok, vira, de fato, algo obrigatório.

Mas ok. 

Levantar a cabeça e mi mi mi, blá blá blá, vai passar e afins. Mas eu estou no ok ainda, e talvez eu fique um tempo no ok. Enquanto os bois tiverem nomes e eu continuar me vendo através dos nomes, eu vou continuar ok. Ok não é ruim também, só não é "Uau! Bom dia sol!". É só.. ok.

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