Em todos os sentidos.
Tem uma parte besta minha que ainda vê clipes de cantoras que eu não ouço só para olhar para cara de alguém por alguns segundos. Sim, eu fiz isso. Hoje ainda. Só pra ver o cabelo da Ellen Pompeo e, de quebra, a Mariska Hargitay estava ali do lado dela. Do lado mesmo! E eu só sabia da Ellen Pompeo! Foi uma surpresa sem tamanho, me mostrando que eu ainda me perco com coisas pequenas e bobas.
É arrepiante ouvir "How To Save A Life" e "Breath". Eu ainda me arrepio com a abertura de Grey's Anatomy, com a voz de personagens que morreram, com uma música ruim que eu ouvia quando tinha 15 anos. Mas é pouco. Eu sei que é pouco e eu sinto que é pouco. A madrugada não me excita tanto e sonhar também não.
Acho que eu perdi um pedaço meu que me fazia sonhar. Que me fazia acreditar que eu teria um dia diferente. Parece que todos os dias são iguais, sem exceção. Fim de semana é só um dia seguido do outro em que nada acontece. Parece que tudo tem o mesmo gosto, a mesma sensação, o mesmo cheiro de nada todos os dias, incansavelmente.
Talvez eu só precise chorar. Uns 3 dias. Travar na cama ou em qualquer lugar e reorganizar aquilo que me move, aquilo que me faz acordar. O dia sempre ganha mas não da mesma forma que antes.
Eu sou outra pessoa. Com outros sonhos. Com outros pensamentos. Com os mesmos medos, infelizmente. E eu não me sinto adaptada a tudo isso. Me sinto apenas alguém em transição, jogada por aí em algum lugar. Sim, voz da consciência, eu sei que é fase e que uma hora passa e a madrugada vai voltar a me excitar. Um dia. Mas enquanto isso não acontece, eu me mantenho por aí, em algum lugar, dentro de mim.
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