terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

"Preliminar é fechar a porta"

Em aspas porque não é minha, é de algum cara de algum programa da Fernanda Lima que passou em algum ano que eu não lembro. Lembro que ele também disse "Que preliminares, que nada! Oral não é preliminar... Preliminar é fechar a porta! O resto tá valendo!". E isso nunca me fez tanto sentido. 

Estava tarde e havíamos tido a melhor das conversas. Aquela melhor de todas, sabe. Que você não percebe quanto tempo dura nem que horas são. Só sabe que é tarde. Sabe que a escuridão entrega que passou das duas. Estava calor mas a madrugada sempre se entrega. Assim como eu. Eu sempre me entrego.

Fechei a porta, deitei na cama. Camisola e shorts. Hábito, talvez. Sinto uma mão passeando na minha cintura..
- Tira isso.. Tá calor.. Eu gosto de sentir você sem pano nenhum...

Um riso safado. Meu, talvez. Ou dele. Não sei. Preliminares.

Eu tiro o shorts e me ajeito no peito dele de novo. Ouço seu coração batendo e nunca me senti tão viva, tão amada, tão no lugar certo. Ele respira meu cabelo, passa a mão na minha cintura de novo e sorri. Eu sempre sei quando ele sorri, até quando não tem nenhum tipo de luz. 
- Gostosa...

Preliminares.

Meu coração dispara. O dele também. Ele me puxa, me pega pela cintura. Beija meu pescoço, meu ombro, minha orelha, meu rosto, minha boca. Sinto que o lugar menos importa. Sinto a conexão. O cheiro. O som. O tempo. Os anos que passaram e as transas que aconteceram. Sinto tudo ali. Entre nós e conosco. É quase absurdo de tão bom. De tão sincero... De tão nós.

Nossas testas têm um ímã. Nossas mãos também. Parece que se unem enquanto nossos olhos fitam um ao outro. É tão louco, tão absurdo, tão irreal.

Tão meu.
Tão nosso.

A noite terminou com o calor vencendo, como sempre. A mão dele na minha cintura e eu no peito dele. Seu coração, sua respiração, seu riso, seu cheiro. Seu tempo. Nosso tempo. Parecia que o tempo não tinha passado, parecia que eu ainda tinha 19 e ele 21. Parecia que eu estava esperando ele me chamar de gostosa de novo. Não que fosse recomeçar, porque eu não aguentava, mas porque eu sentia. Eu simplesmente sentia..
- Adoro sentir sua cintura sem pano nenhum...Te amo, minha gostosa.

Eu sorri. Ele sorriu. 

Preliminares.


*


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