quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Conexão [+18]

Estávamos eu e você. Aqui, por aí, em algum lugar. É uma coisa meio louca, sabe, mas eu sinto nossa encaixe de longe. Eu sinto arrepios mesmo sem querer. Não que eu não queira, de fato, mas sentir a sua língua descendo barriga abaixo quando estou sentada em uma praça não é algo que me deixa confortável. Me deixa absurdamente excitada, para dizer a verdade. Sim, você tem esse poder.

E cada dia que passa eu sinto que somos mais do que isso. Porque, realmente, o senso comum que me perdoe mas não estou com você só pelo sexo, como já disseram outras línguas. Você não deita do meu lado como se tivéssemos uma meta para cumprir, porque não temos. Não existe faixada, não existe teorias, não existe roteiro. Dentre tantos momentos bons e ruins, preciso admitir: quando o sexo deixou de ser "obrigação", dormimos melhor, acordamos melhor, transamos melhor.

Parece que já nos conhecemos, em todos os sentidos. Nos tornamos previsíveis um para o outro, mas de uma forma positiva. Você conhece meus pontos e eu conheço os seus. Seus botões de liga/desliga, as palavras chave, os arrepios pré e pós. A lista é grande mas cada gozo faz de você um pouco mais de mim e transforma cada pedaço meu em um pouco mais de você.

A conexão vem de dentro.

Da sua boca, da nossa língua, de mim. De dentro de todas as opiniões que não nos tocam e que não nos damos ao trabalho de deixar atrapalhar. Porque, né, somos muito mais do que isso.

Somos muito mais do que gemidos perdidos, do que roupas espalhadas por aí, do que camisinhas na carteira e sorriso de puta na cara. Porque não faz diferença, sabe. Os rótulos não fazem diferença. Você me derrete e me permite derreter. Sem medo, sem vergonha, sem modos. Não precisamos de nenhum deles, também. Eu me surpreendo com os arrepios em praça pública, o meu sorriso de puta no meio da minha cara de santa, a nossa conexão aumentando a cada orgasmo compartilhado e vangloriado.

Porque, você sabe né. Humildade não é muito o nosso forte.




*



Nenhum comentário:

Postar um comentário