sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Sai, medo. Eu já tô te vendo

Não lembrava como era ansiar por coisas relativamente rotineiras e, até agora, pouco conhecidas. Não me lembrava de tentar o desconhecido com o peito aberto e com a alma cheia de fé, mas talvez eu ainda não esteja tentando, completamente. Talvez eu ainda sofra com um erro que nem foi meu e fique me podando por não querer que aconteça novos erros antigos, mesmo que eu não tenha nada a ver com a falta de responsabilidade emocional do próximo porque, né, eu não tenho mesmo, da mesma forma que eu não tenho culpa de erros que eu não cometi. A culpa aqui dentro vaza, mas talvez não fosse aqui que ela deveria estar morando.

Um abraço não dado aqui, um detalhe a menos ali e eu me vejo, novamente, evitando pessoas que eu gostaria de chamar para um café no fim de tarde. Porque, convenhamos, eu sempre quero mais que um café. Mais que uma cerveja, mais que um cafuné aleatório no cabelo, mais que 5 segundos de descanso mental. Talvez por saber que eu mereço mais ou talvez porque eu sinta o quão incrível é fazer parte da vida de alguém. Talvez fosse melhor se eu tirasse a palavra "receio" do meu vocabulário quando se trata de pessoas, mas acho que eu ainda não tenho toda essa malemolência (malemolência?!).

Eu preciso, sim, me permitir. De novo. Porque acho que, no fim das contas, talvez a vida seja isso. Talvez não seja só ser bom para si e para os outros, mas tenha sua alta dose de saber recomeçar quantas vezes precisar. Vive bem quem recomeça com sorriso no rosto sem medo de cometer o mesmo pecado que dá última vez. Dentre todos os meus erros, o maior deles pode ser aquele de querer escrever sempre uma historia diferente da outra, por medo de um final sem graça, onde o personagem principal não precise recomeçar. Qual o problema, afinal, de recomeçar?

Não tem como saber o futuro, e eu sei disso, todo mundo sabe disso, da mesma forma que não tem como saber do que, ou de quem, eu tenho fugido, mas abaixar a guarda é uma opção tão mágica e leve que não vejo motivo em não fazer, mesmo lembrando o tempo todo de como foi a última vez que falei "o máximo que pode acontecer é não dar certo". Cá entre nós, ainda sinto a lama dentro da minha cabeça.

Porém, medo, eu entendo seu lado, mas eu mereço mais. Mais mensagens, mais risos aleatórios e inesperados, mais vida, mais histórias. Mais. Independente do que eu estou fugindo, eu mereço mais do que simplesmente fugir.



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