Não lembrava como era ansiar por coisas relativamente rotineiras e, até agora, pouco conhecidas. Não me lembrava de tentar o desconhecido com o peito aberto e com a alma cheia de fé, mas talvez eu ainda não esteja tentando, completamente. Talvez eu ainda sofra com um erro que nem foi meu e fique me podando por não querer que aconteça novos erros antigos, mesmo que eu não tenha nada a ver com a falta de responsabilidade emocional do próximo porque, né, eu não tenho mesmo, da mesma forma que eu não tenho culpa de erros que eu não cometi. A culpa aqui dentro vaza, mas talvez não fosse aqui que ela deveria estar morando.
Eu preciso, sim, me permitir. De novo. Porque acho que, no fim das contas, talvez a vida seja isso. Talvez não seja só ser bom para si e para os outros, mas tenha sua alta dose de saber recomeçar quantas vezes precisar. Vive bem quem recomeça com sorriso no rosto sem medo de cometer o mesmo pecado que dá última vez. Dentre todos os meus erros, o maior deles pode ser aquele de querer escrever sempre uma historia diferente da outra, por medo de um final sem graça, onde o personagem principal não precise recomeçar. Qual o problema, afinal, de recomeçar?
Não tem como saber o futuro, e eu sei disso, todo mundo sabe disso, da mesma forma que não tem como saber do que, ou de quem, eu tenho fugido, mas abaixar a guarda é uma opção tão mágica e leve que não vejo motivo em não fazer, mesmo lembrando o tempo todo de como foi a última vez que falei "o máximo que pode acontecer é não dar certo". Cá entre nós, ainda sinto a lama dentro da minha cabeça.
Porém, medo, eu entendo seu lado, mas eu mereço mais. Mais mensagens, mais risos aleatórios e inesperados, mais vida, mais histórias. Mais. Independente do que eu estou fugindo, eu mereço mais do que simplesmente fugir.
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