sábado, 26 de maio de 2018

Auto sabotagem, não seja tão cretina

O relógio beira a uma da manhã. Rodo a aliança com o polegar enquanto me lembro de todos os textos que comecei e não terminei nessas últimas semanas. Será que esse vai ser mais uma revolução  que não vai ser tão sensacional daqui 15 minutos? Ou será que dessa vez eu vou ser maior do que a minha insegurança?

Não sei dizer exatamente o que tem acontecido nesses dias, mas me reconectar comigo mesma tem sido uma tarefa um tanto quanto trabalhosa. Talvez pelo estado emocional - não é algo que deva ser descartado -, talvez pela falta de foco, talvez por achar que todas as outras coisas são tão incríveis que as minhas não mereçam espaço.

Acabei de ler um texto sobre DR e como a conversa para a resolução de problemas é algo visto com uma encheção de saco, sendo usado apenas para chamar a atenção e ter um cansaço mental extra. O texto defende a ideia que DR é uma forma de tentar resolver conflitos e que todo DR tem começo, meio e final, terminando com ambos numa boa, fazendo coisas aleatórias.

Concordo? Sem dúvidas, já que defendo a ideia de que todo tipo de diálogo é fundamental. O texto é bom? Sim, realmente, tanto que conheço os textos da autora faz um tempo. O texto é sensacional? Revolucionário? Pica de churros? Não. Descoberta do século? Não. Algo que eu TINHA QUE LER antes de morrer? Definitivamente, não. É um texto bem escrito, com uma forma de pensar que eu compartilho, com palavras simples que facilitam o entendimento da ideia em geral, mas nada que me deixe com o queixo no umbigo, balbuciando um "uau". 

Ou seja, um texto sobre um assunto comum que foi bem escrito. Um texto que eu poderia ter feito sobre um assunto que eu poderia ter comentado. Mas por que eu não fiz?

É o mesmo motivo que me faz pensar que eu não vou ser mulher o suficiente para fazer seja lá o que for. Não vou correr na rua porque não aguento correr 32 km; não jogo mais bola porque não aguento mais 3 horas de racha; não vou sair super arrumada porque divido o mundo com mulheres como Lauren Cohan, Lauren German, Olivia Wilde e Gal Gadot. E Milla Jovovich. E Scarlett Johansson. Eu ia adorar saber quando que os olhos dos outros começaram a me impedir de ser quem eu sempre tive orgulho de ser. Eu ia adorar saber quando que minha auto sabotagem pesou a ponto de encher esse blog com rascunhos que eu nunca vou terminar.

Eu ia adorar saber o que houve no percurso, mas eu não vejo sentido em perder meu tempo vasculhando minha bagunça mental ao invés de admitir que seguir em frente é mais importante.

Porque é, sabe. 

Por mais que ainda role a bagunça, por mais que eu não aguente 32 km nem 3 horas, por mais que existam mulheres deslumbrantes - como Jessica Chastain e Lesley-Ann Brandt (e eu posso continuar isso a noite toda) -, eu mereço fazer aquilo que acelera meu coração e sentir orgulho por isso.

São tempos difíceis para novos desafios, mas mais difíceis ainda para manter os antigos.


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