quinta-feira, 10 de julho de 2014

Onde está minha força de vontade?

Sério.

Tem horas que eu sinto falta da garota que acreditava mais nas coisas e que sonhava mais com coisas. Várias coisas. E pessoas. Eu já fui mais humana, sabe... Não inocente, mas humana mesmo. E nessas horas eu penso o quanto eu apanhei a ponto de ficar tão descrente, tão menos humana, tão racional.

O que a dor fez comigo? É a pergunta que não sai da minha cabeça nesse momento. Eu confiava mais, eu queria mais, eu sonhava com mais, até a dor chegar. E por mais estranho que seja, eu não tenho medo dela. Eu tenho medo do que ela pode fazer comigo. Se até aqui eu meio que desisti de acreditar em tantas coisas e pessoas, o que mais pode acontecer? 

Não me culpo nem me julgo por isso pois é algo um tanto quanto sensato. É um tanto quanto natural. A dor existe por uma razão, ela não vem a toa. Mas se a gente não aprende nada com ela então, sim, sofremos a toa. E eu não sou do tipo que sofre a toa. Apesar que depois de tantas promessas que viraram histórias, não há dor que faça meus olhos brilharem novamente.

Ok, eu estou mais fria. Mais racional, menos descrente, menos humana. Confiando menos, sonhando menos, querendo menos. É mais fácil, né. Já dei de cara na parede tantas vezes que já cansou fechar os olhos e confiar a minha direção em outros faros. Não me sinto pronta pra ser guiada novamente. Não me sinto capaz de não abrir os olhos no meio do caminho. Porque eu vou duvidar que o caminho está correto, e eu nem posso me culpar por isso.

Cada um lida com qualquer coisa da forma que pode, da forma que a absorção é menos dolorida. A minha é desconfiar, desacreditar. E, nesse momento, não faz diferença, sabe. Tem coisas que, simplesmente, eu não vou conseguir entregar tão cedo. Ou sonhar tão cedo. Se todo mundo merece uma segunda chance, eu mereço dormir melhor.

*

2 comentários:

  1. De certa forma o que você falou é verdade, as vezes sofremos atoa mas eu não acredito que seja em tão em vão. De tudo que acontece na vida nós tiramos uma lição, talvez você não a enxergue mas elas existem.
    Eu não tenho medo de ter a dor ou de sofrer eu tenho medo do medo me engolir, como tem sido. Por medo, eu acho que não vou conseguir as coisas e que tudo vai dar errado e assim desisto antes mesmo de tentar.
    Bom seu texto.
    Penso sempre em escrever sobre meus medos mas fica tudo na minha mente.

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  2. O que mais me dói, coisa que não escrevi no texto, é eu ver a lição enquanto a pessoa que mais sofreu, não. É quando o ego faz com que a principal pessoa da situação não enxergue as coisas boas que elas deveria aprender e ela faz de tudo pra cair no mesmo erro de novo, negando ser um erro.
    Sobre o medo, ele sempre engole. A gente sempre finge que não, mas ele sempre engole. Mas temos que ser mais fortes, pois sempre somos mais fortes.
    Nesse texto eu transbordei. Hora ou outra você vai transbordar também. Nenhum copo é tão fundo a ponto de nunca transbordar.
    Obrigada pela opinião! =)

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