domingo, 10 de maio de 2015

"Cara.. É isso..

Eu quero sexo.. Desculpa.."
Não era mentira. 
Sábado a tarde. Casa livre para um casal livre e sem uma gota de vergonha na cara. Acho que já passei da idade de ver TV com casa vazia e ainda não cheguei na idade de ver TV quando a casa está vazia. Eu só queria uma coisa, e da maneira mais escrota e real possível. Depois de um segundo com cara de tacho, veio a resposta:
 - Uau... Tudo bem!
 - Eu não era assim antes?
 - Não... (aquele sorriso)
 - Você também não.

Um calafrio subia pela minha coluna como se tudo fosse proibido. As palavras, as respirações, os batimentos, os sorrisos. Talvez fosse mesmo. Talvez fosse falta de respeito, talvez fosse falta de vergonha na cara, talvez fosse... Sei lá. Calúnia, hipocrisia, mentira, putaria pura mesmo. Não fazia diferença. Mudamos. E mudamos juntos.

Eu queria ver tudo. E sentir tudo. E beijar tudo que minha boca alcançava. E me arrepiar com tudo que a boca dele fazia também. Quando você cresce, sua visão de romantismo muda, sabe. Não o tempo todo nem totalmente, mas parcialmente muda. Aos 10 eu achava romântico uma declaração de amor em um jantar a luz de velas; aos 15 eu achava lindo o cara comprar uma aliança para a garota; aos 20 a liberdade começava a me dominar. 2 anos depois, foda-se essa merda. Me chama de gostosa que na cama a gente sempre se entende.

E foi assim.

Não durou muito. Não foi romântico mesmo. A ideia não era durar muito e muito menos ser romântico. Ou foi romântico. Acho que aos 22, minha ideia de romântico era nós em uma cama, sem roupa e sem vergonha, sem medo de falar qualquer coisa e muito menos de ser qualquer coisa. 

- Outra?
- Outra! Essa não valeu...



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