terça-feira, 5 de maio de 2015

O sacrifício de dar bom dia ao dia

Levantar é dolorido e complicado. Uma tarefa que exige alguém com muita força de vontade e muita vontade de viver. O problema não é só o dormir pouco, mas o levantar em si. Encarar o dia. Sair da cama, guardar a coberta, dar bom dia ao dia que me espera, sabe. É um teste de sobrevivência a cada manhã.

Eu sempre quero dormir mais. Não por cansaço, somente, mas porque é mais fácil. É mais fácil dormir do que se obrigar a ver as coisas boas de um dia comum. Quase como que uma meta. A minha meta, todos os dias, é ter um dia bom. Um dia onde eu faça coisas e me orgulhe delas. Um dia pela qual eu tenha gostado de passar. Onde eu tenha rido muito, beijado muito, feito muito e chorado pouco.

Cada vez mais esse dia tem se repetido. Eu, não querendo levantar, levanto porque tem que levantar. Aí, depois do café, eu penso que seria legal se eu fizesse isso ou aquilo e me lembro que tenho que fazer isso ou aquilo, e as coisas se ajeitam da melhor maneira possível. O dia vira útil, ocupado. No final do dia, eu olho para trás e penso "Lindo. Fiz isso, isso, isso e me sinto bem."

Essa repetição de dias bem usados e bem fluidos me encanta. O fato das coisas melhorarem me encanta. Não vou ser hipócrita. Que os meus dias sejam igual sexo: quanto melhor, melhor. Sem essa de "está bom assim, só manter". Não, dia. Se puder melhorar, melhore. Se puder durar mais, de maneira útil, dure. Se puder me deixar mais feliz, me deixa mais feliz. E amanhã eu lutarei contra você de novo, provavelmente, mas você vai ganhar. Assim como hoje.. E ontem.. E antes de ontem.. E no dia anterior.


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