segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Aquele sábado inteiro [+18]

Tudo começa do nada, como sempre. Janela aberta, monitor ligado, eu jogada em você e você jogado na cama. Eu de sutiã, camisola e cueca, você de bermuda e sem camisa. Parece que a situação foi facilitada por nós mesmos.

- Quer ver uma coisa interessante? 
- Lógico

Subo em cima dele, solto o cabelo, faço caras e bocas. Coloco uma mão no seu peito e a outra entra por baixo na minha camisola, atravessa as costas e abro meu próprio sutiã com uma mão. Ele fica espantado. No começo, eu também ficava. As situações me deixam cada vez mais flexível. Em todos os sentidos, de todas as formas possíveis.

Fecho a janela, coloco um show para tocar. Aquela voz que me excita insanamente até mesmo quando não tem nada encostando propositalmente meu corpo. Um barulho seguido por outro. Por guitarras sujas e uma bateria com bumbos infinitos. As máscaras que já me assustaram, hoje afundam minha imaginação em um sexo que ainda nem aconteceu. Mas que vai acontecer.

- Volta aqui! Você ainda está de roupa!

Bom. Não por muito tempo. 

A música estava alta, mas eu sabia que tinham barulhos ainda mais altos. Não sabia se aquela respiração era minha, não sabia se eu estava em uma cama ou quem servia a quem, não sei quanto tempo durou, não sabia que horas eram. Percebi que o show não tinha acabado porque eu comecei a cantar junto, só que mais leve. Eu nunca acredito que ele consegue me deixar mais leve, mas ele sempre consegue. No começo eu achava que era o orgasmo, mas não era simples assim. 

"All I've got
All I've got is insane"

Me vejo nua na cama dele. De novo. E nunca me canso. Ele levanta, procura roupa. Cueca, bermuda. E eu continuo ali, jogada na sua cama de solteiro. Eu procuro e me cubro com um edredom, pois não sei ficar assim, exposta, por muito tempo, mas ele não deixa. Ele sabe da minha ausência de confiança sobre o meu corpo, ele sabe que eu não acredito em tudo que ele diz e que eu não consigo ficar acordada por muito tempo, mas ele não se cansa. 

Tira meu edredom, olha nos meus olhos, sorri sem vergonha, beija meu quadril e me olha nos olhos de novo. 
- Deus, como você não vale nada!
- E você gosta.

Sim. Eu gosto. Ele tinha razão de novo. 
Beija minha cintura, passa a mão pelas minhas pernas, respira na minha barriga, sorri. Ele gosta do que faz e eu gosto mais. Ele olha pra cima, como se dissesse "olha o que eu vou fazer" e se deixa levar por qualquer coisa que a mente dele imaginar. 

- Ei, ei, ei, ei...
- Shiu. Só se derrete aí.

Seu (ou meu) desejo é uma ordem, meu doce vagabundo. 


*




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