quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Enquanto isso, no consultório...

Meio doido. Eu aqui esperando a psicóloga para marcar consulta. Faz uns 20 e tantos minutos que eu tô aqui. A sala é aberta, tem 2 jogos de sofás de 2 e 3 lugares, preto, em um ambiente fresco. Uma pia grande de mármore com 4 torneiras e uma pia pequena, do outro lado da sala, para crianças. Os sofás estão em círculo. Não fechado, mas em formato. Imagino que seja para fazer as pessoas se olharem. Ou talvez assim tenha ficado melhor mesmo.

Tem duas portas grandes de vidro. Uma está aberta, que é por onde todo mundo entra, e a outra fechada, dando visão para a rua, com vários desenhos colados, feitos por crianças, ou por pessoas que desenham mal como eu.

Me sinto uma louca.

Quando eu entreguei o encaminhamento, a moça olhou e disse:
- É para você?
- Sim, para mim.

Tem tanta coisa nesse papel que eu gostaria que não fosse para mim, mas sim moça, é para mim.

Percebo o meu desespero quando a psicóloga diz:
- Tem horário meio dia. Pode ser?
- Pode, sim.

Atravessar a cidade, de bicicleta, meio dia, na primavera. Cúmulo do cansaço emocional, cúmulo do psicológico do avesso, cúmulo do berro interno de socorro. Que isso dure e ajude. Que a fé renasça e se mantenha dessa vez.


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