domingo, 13 de setembro de 2015

"Você ilumina o meu caminho.."

"Não posso mentir, é uma doce vida..."

Ok. Talvez eu não deva mentir mesmo. Você realmente ilumina meu caminho e eu não consigo acalmar meu coração quando você aparece diante dos meus olhos. É uma coisa meio louca. Meio inconsciente, inocente, dependente. Me peguei pensando se eu me importo com essa dependência. Ainda não consegui responder.

Dependência do que mesmo? De você? De nós? Do seu sorriso? Do nosso cachorro imaginário? 

Eu queria encontrar em mim tudo que eu encontro em você. Queria conseguir acordar dando bom dia para as coisas e sorrir pro espelho enquanto meu cabelo está do avesso. Enquanto eu estou sedenta por café ou por dormir mais duas horas. Queria encontrar em mim esse seu bom humor quando tromba com a minha grosseria matinal. Mas não dá. Eu não tenho isso.

Talvez a minha dependência realmente exista. Não porque eu quero, mas porque você tem ingredientes que meu corpo não fabrica. "Bom humor matinal" está na lista, sim. E seu bom humor matinal me irrita. Porque ele cutuca minha grosseria. Minha vontade de dormir mais duas horas e de fazer uma distribuição de dedos do meio por aí.

E é sempre a mesma história. Eu deveria ser mais bem humorada, sorrir mais, brincar mais, falar menos de sexo, pensar menos em sexo e valorizar mais as coisas simples que fazemos. Meio hilário porque ele perde minhas roupas em um dia e no outro ele banca Buda. "Vamos andar no mato?". 
Não entendo.

E isso me encanta. Não te entender me encanta. Quando eu consigo ver em você uma inocência perdida em mim, eu fico encantada. Perdida. Você foge da regra quando transa comigo e se mostra apaixonado por andar na grama molhada segurando a minha cintura. É demais para a minha cabeça. Alguém apaixonado por tudo, o tempo todo, me deixa jogada no canto da sala, com a auto estima chorando no sofá.

Acho que a minha dependência não é por você, somente. Mas pelas suas paixões. Eu sou dependente por ser uma delas. Não consigo imaginar uma vida onde eu não esteja mais nos seus planos. Onde você não me manda sorrir nos domingos de manhã; onde você não faz cara de inocente; onde você não se apaixona por coisas simples como uma grama molhada e a sua mão na minha. É uma vida leve demais para quem não acredita em amores eternos ou divisão de teto. Mas, ao mesmo tempo, é muita responsabilidade para quem só quer uma gaveta com calcinhas e escova de dentes. 

Aqui estou em uma encruzilhada. Você, iluminando tudo, e eu, fugindo de tudo. Nesse momento, eu não quero muita coisa. Só quero que você não deixe de me puxar para a cama nos domingos de manhã. E não quero mais andar na grama molhada.

Tem barro no tênis ainda.


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