quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Fé, temos outra missão

Eu não tenho mais 15 anos, apesar do "Pitty - {Des}Concerto" estar tocando em outros fones, também pretos, mas iguais os de 8 anos atrás. Eu consigo controlar, ou quase, o tamanho das minhas unhas, minha cara sarcástica, a cor dos meu cabelos. Respeito meus limites físicos e emocionais. Admito que eu cresci. Não tanto quanto eu achei que fosse mas o necessário para abandonar minha ingenuidade na maioria do tempo. Mas não nesse momento.

Foi um ano turbulento. Pelo que eu percebi, turbulento para todos. Minha saúde ficou no chão a ponto do meu subconsciente clamar por paz, independente de como ela viesse. Mas eu voltei. Meio aos trancos e barrancos, mas de pé. O mais interessante foi que eu clamei por paz, não importando a forma que ela viesse. Isso me fez crer ainda mais no "ditado", ou sei lá o que, "aqui se faz, aqui se paga", já que, convenhamos, nunca fui um exemplo de hábitos saudáveis.

Aí veio outro ponto que me fez perguntar se tudo era simples assim. Se tudo, ou um tanto, era realmente plausível dessa simplicidade vaga e desestruturada, já que existem pessoas muito boas que pagam por contas que elas nem mesmo fazem. Não sou nada para dizer o que é justo ou o que não é justo, mas eu não ficaria feliz em pagar por uma cerveja que eu nem bebi.

Então eu clamei por um milagre. Não foi só a minha voz, foram centenas de vozes. Na forma de oração, energia, reza, promessas e afins. Foi absurdamente difícil e estressante, mas ficou tudo bem. Eu, um ser descrente, tive meu milagre pessoal e senti que ajudei, talvez nem tenha ajudado nada, neste também. 

Será que Deus dá a cada um uma cota de milagres? Dono do universo, por favor, me perdoe, mas eu clamo por mais um.

Gostaria de dizer que é o ultimo do ano, ou que eu só vou agradecer e parar de ficar pedindo as coisas mas eu não posso fazer isso. Eu sei que eu deveria me importar menos, mas isso tudo dói em mim, mesmo eu não tendo a mínima relação com o seu futuro milagre (viu como "futuro milagre" combinou?).

Quando eu tinha 15 anos eu não acreditava nas pessoas, logo eu não acreditava que todos mereciam uma segunda chance, mas hoje eu vejo que temos o direito de tentar de novo. Todos nós. Algumas histórias merecem serem escritas e contadas aos outros para nos dar fé, para nos fazer acreditar.

Amadureci o suficiente para saber que convém tentar.


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