quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Sim, eu gosto de música ruim

 Daquelas vozes jogadas, meio bêbadas, sabe. Que chega a soar desafinado, mas um desafinado que não está totalmente perdido. Um desafinado proposital. Um desafinado que você se sente bêbada, com vontade de dançar e fazer caras e bocas pro espelho. Sim, eu gosto. Não me julgo por isso. E vou ouvir "The Sun Ain't Shine No More" de novo. 

Sinto uma vontade louca de acender o meu cigarro imaginário, aumentar o som, colocar um óculos escuros e dançar descalça pela casa. Não sei se é a voz dela, se é o estilo da banda, se é a minha liberdade querendo vazar pelos dedos. Realmente, não sei o que é, mas é forte. Me sinto estranhamente gostosa e cheia de auto-confiança. Hoje seria uma daquelas noites que nada me derruba. Ou só um me derruba. Em qualquer lugar.

É estranho, sabe. É um falso bem-estar que geralmente eu sinto no pós-sexo, mas hoje não foi o caso. A sensação pode ser meu subconsciente falando que as coisas vão se ajeitar e que tudo vai ficar bem. Ou não. Pode ser só um ápice de nervosismo com a semana de provas e todas as coisas pra fazer e entregar enquanto eu faço um texto sobre meu gosto relativo a músicas ruins.

Convenhamos. Quais as minhas opções?

Como diz a música, "The sun ain't shine no more/ I don't know why, but I've seen it before" (O sol não brilha mais/ Não sei por que, mas já vi isso antes). Sim, já vi isso antes.

E isso passa.

Enquanto isso, eu continuo me dando falsos êxtases em cima de músicas ruins, com vozes de mulheres bêbadas, que me fazem acender uma caneta e dançar pelada de camisola pela casa.


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