terça-feira, 15 de dezembro de 2015

O inferno e suas definições

Antes eu achava q inferno era aquele lugar onde é absurdamente quente, com pessoas gritando de dor, com um camarada feio, com chifres, vermelho e um tridente furando as pessoas. Mas, isso é história. Só que ninguém me disse isso quando eu tinha 8. "É melhor vc se comportar. Ninguém quer ir para o inferno."

Realmente, ninguém quer. Mas se a pessoa é sadomasoquista e gosta de calor, qual o sofrimento dela viver em um ambiente super quente, com alguém espetando, seja la onde for? Essa super valorização negativa sobre o tal "inferno" é, no mínimo,  curiosa. O meu inferno não seria isso, nem de longe. Depois de um tempo eu descobri que o inferno é relativo. Pelo menos para mim. 

Imagina esse inferno pra um psicopata, que loucura. Um cara fodão que manda espetar as pessoas que não foram boas na terra (levando em conta a lógica, se esse psicopata está lá, bom ele também não foi), aí as pessoas berram, choram, se descabelam. Pedem e clamam por perdão e por misericórdia. Seremos honestos, esse psicopata esta no céu. 

Da mesma forma que o céu é relativo. Eu não ia gostar de passar o resto da eternidade de vestido e sandália de Jesus ou nunca mais poder comer lasanha com batida de sorvete de morango e champanhe. O céu branco com anjos virgens e santos orbitando o ambiente, que parece algodão. Existe um céu no próprio céu? No mínimo, confuso. No mínimo filosofias furadas sem bom senso ou fundamento. Irônico também. Quem encara o próprio inferno não seria digno do próprio céu? 

Na minha humilde e "no sense" opinião, sim.

Na minha humilde e "no sense" opinião, o meu inferno só condiz a mim, e mais ninguém. É muito fácil julgarmos o inferno alheio sendo que o nosso nós colocamos em uma caixa isolada, com alarmes e guardas evitando que o mesmo se exponha. Protegemos o nosso teto de vidro mas tentamos quebrar o do vizinho. No mínimo, falta de empatia. Bom senso, noção, decência. 

Acho que quando o julgamento for interno em primeiro plano, talvez as pessoas notem que não é humano quebrar o teto do vizinho. Que se você não quer ninguém roubando seus balões, não roube o dos outros. Talvez assim a sociedade sinta que a melhor coisa não é o respeito por si só, mas quando ele vem junto com a empatia. 

Não tem nada mais decente do que ter a capacidade de se colocar no lugar do outro.

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