quarta-feira, 27 de abril de 2016

Ok, é um direito

Assim como todos os outros. Daqueles que eu luto, que eu defendo, que eu exijo. E parte minha defende o seu porque eu adoro usufruir dos meus. Nada mais justo. Eu só queria convencer todo o resto do meu corpo disso. Todos os meus pensamentos e todas as pessoas na minha cabeça que ficam bolando explicações mirabolantes e justificativas, como se para usar um direito fosse preciso alguma delas.

Talvez a minha noção de respeito seja sub-entendida quando se trata de tempo ou talvez meu egocentrismo seja simplesmente imensurável, o que seria tudo muito mais simples e fácil de justificar. Devemos sempre lembrar que um direito é sempre um direito. Deixaremos ainda mais claro que eu não tinha, e não tenho, nenhum sobre isso.

Nem de procurar nem de querer. Nem de qualquer sentimento que caísse de para-quedas no meio do pacote. Porque nem de longe a mudança seria minha ou me afetaria de qualquer maneira, mas eu não sei fazer isso. Eu não sei desligar a TV quando meu time está perdendo ou abandonar uma série quando meu personagem favorito vai embora. Eu não sou do tipo que abandona o barco ou larga um soldado para trás. Hoje isso parece um erro. Fugir parece muito mais sensato. Maduro, correto, justo comigo mesma. Justo porque eu sei que eu mereço pessoas que não me abandonariam no meio do campo de batalha por ter levado um tiro; justo porque eu mereço pessoas que seguram minha mão quando eu quero pular de uma ponte, porque eu sou dessas. Eu sou dessas que diz "levanta a cabeça porque a vida sempre continua".

Talvez eu não seja tão egoísta quanto meu horóscopo diz. Talvez eu tenha ido para o outro extremo, o que não resolveu nada. Porque, né, não resolveu. Eu continuo no excesso transbordante, só que eu só virei o tabuleiro. Eu ainda perco o jogo e, por mais que eu queira ganhar, eu quero ser leal também. Não por mim mas porque eu acredito que as pessoas mereçam lealdade. Eu acredito que falta humanidade nos seres dominantes do planeta em que dividimos o nosso oxigênio.

É horrível esperar. É horrível não se sentir no direito de saber o que acontece. É horrível ter que criar teorias por medo de se meter no direito dos outros, já que eu sei que eu não gosto quando se metem nos meus. Então só me resta continuar aqui. De mãos atadas, criando teorias, martelando em silêncio e respeitando o seu direito de se manter em silêncio. Porque, sim, ele é todo seu. E eu estou ciente dos direitos que eu não tenho com relação a isso.

Só desejo, no fundo de toda a minha alma - não tão - nobre, que você tenha alguém. Que você possa desabar em paz com o seu coração, que você possa desabar em paz com você. 

Levanta a cabeça, porque a vida sempre continua.




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