sexta-feira, 10 de junho de 2016

Permita-se uns palavões ao pé do ouvido [+18]

Liberdade transformada em libertinagem é o que trás os nossos tão lindos rótulos de "puta" e "vadia" estampados na nossa cara de "mulher da vida". Não que eu seja, nem que não seja, mas o que a sociedade tem a ver com isso mesmo? Ah é, nada. Esse negócio dela se sentir no direito de opinar sobre a minha vida - geralmente sexual - é das antigas, e me envergonha. Não só pelo fato de que isso tira todo o meu direito sobre o meu próprio corpo, mas também porque, convenhamos, a maioria decidir por uma minoria nunca funcionou muito bem.

Então permita-se. Sempre.

Se dê o direito, que já é seu, de ser quem você quiser. Se perdoe por, até agora, ter pisado em ovos para não acordar vizinhos tagarelas e tomadores de conta da vida alheia, já que o que eles pensariam se soubessem os palavrões que lhe são contados ao pé do ouvido? Sim, eles ficariam chocados. E, convenhamos, invejados.

Essa liberdade claramente dominante não vem do dia para a noite e nem tenho direito de obrigar ninguém a tê-la. Mas se quiser, tente. Se quiser, liberte-se. Sorria para a porta, durma sem calcinha e acorde sentindo o poder de ser quem você sempre reprimiu. É libertador sentir seu crescimento espiritual saindo pelos poros disfarçado de "goza para mim" em algum dia de manhã. É mais do que gratificante se assumir diante do espelho, com moletom e olheiras, enquanto sua alma dá bom dia à imagem de Marilyn Monroe que você enxerga no reflexo do espelho.

E isso nem tem a ver com sexo. Tem a ver com si mesma, com auto-estima, com liberdade. Com aquela roupa que você gosta, com aquele "Foda-se " que você ainda não disse ou aquele sorriso que você ainda não deu.

Permita-se ao que tiver vontade. Em uma sociedade que adora nos mostrar o caminho "certo", exercer nosso direito vira revolução.



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