terça-feira, 26 de julho de 2016

Bom, o que você me diz? [18]

Deixa essa música alta e desencana do resto. É sábado, estamos sozinhos, eu fico muito gostosa com essa sua camiseta e eu tô vendo você abaixando a minha calcinha devagar. Eu olho para baixo, vejo você observando meu quadril e sua mão brinca de modelar enquanto meu riso de puta invade minha cara, fingindo que o que você faz é uma putaria tremenda.

Mas não é.

Ok, é. É porque eu já não estou mais de camiseta, é porque você morde meu peito e arremessa minha calcinha enquanto eu rio alto. Por satisfação, talvez. Por tesão, por vontade, por saudade. Saudade do seu corpo, do seu cheiro, da sua língua na minha boca e onde mais ela quiser ficar. Saudade de ver meu reflexo nos seus olhos, me provando que eu estou totalmente do avesso, saudade de deixar marcas em você e de esconder as que você deixou em mim. Saudades que você matou e cada vez mais tem provado que o tempo é nosso, e só nosso.

E, como sempre, arrepios nos dominam. Não controlo mais meu corpo e você se gaba cada vez mais por ser o responsável desse meu descontrole externo. Porque, como você mesmo sempre diz, eu faço barulho. Eu gemo alto, eu rio alto, eu gozo alto. Não há muito que eu possa fazer já que você conhece os meus atalhos e virou especialista em jogar a minha calcinha por aí.

Termino o fim de tarde me olhando no espelho com a sua camiseta. Observo o jeito que ela cai sobre meu peito, a parte da virilha que ela cobre e me surpreendo com uma mão subindo pela minha barriga:

-Você fica gostosa com a minha camiseta

Encaro o espelho enquanto vejo você tirar o cabelo da minha nuca. Meus olhos, em fogo de novo, encontram os seus:

- Eu sei


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