terça-feira, 12 de julho de 2016

Inocência ou falta de empatia?

A tendência do ser humano legal e de bem é se meter na vida do amiguinho. Não é "opinar", é se meter. Não é se colocar no lugar, é dizer o que faria sem nem tentar se imaginar na situação. E como é fácil isso! Falar o que faria sem nem pensar no caso, virar as costas e seguir a própria vida com aquela sensação - escrota! - de dever comprido, já que você já "expôs" uma opção para a pessoinha perdida. Ah, as pessoas de bem.

Na minha cabeça, os dois. É inocência por achar que aquilo que está sendo feito é um bem para a sociedade e, sim, é uma puta falta de empatia. Porque, convenhamos né, é bem mais cômodo você falar "Ah, eu faria tal coisa" do que você sentar na cadeira do colega e ver a vida como o colega vê, sentir a vida como o colega sente e ter nas mãos as opções que o colega realmente tem. Talvez uma coisa leve a outra, talvez a inocência nos cega e nos leva a falta de empatia, talvez seja falta de prática, talvez seja falta de vivência. Não é simples, sabe. Nada disso. Você achar que pode vomitar as suas regras em um mundo que não é seu não é simples, não é opinar, não é ajudar.

E nem adianta vir com papo de que o mundo tá uma merda porque sempre foi uma merda. Sempre existiu assassinos, pedófilos, "homens de bem" pregando "comunistas" e "feminazis" por aí. A diferença é que os meios de comunicação multiplicaram e fica muito mais fácil visualizar a antipatia alheia transvestida de opinião, de pontos de vista. Você pregar a sua crença, ou seja o que for, em uma alma perdida não é sinal de boa fé, nem aqui nem em lugar nenhum.

Eu, como qualquer mulher perdida que nada contra a maré, adoro abraços. Então, abrace. Um brigadeiro é a melhor forma de dizer "Você não está sozinha". Sim, eu sei, tem gente que não come brigadeiro, mas talvez coma pipoca, ou batata frita, ou beba cerveja, ou beba vinho. Eu sei que é terça-feira mas uma mente que precisa de paz, simplesmente precisa de paz. Não é fácil viver em uma mente barulhenta e a coisa mais linda e humana é correr para um lugar de calmaria, daqueles antigos, que não se desespera com o seu desespero, mas que abre a porta e diz "Tira o tênis, se quiser".



*



Nenhum comentário:

Postar um comentário