segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Eu amo em excesso - e estou ok sobre isso

Parece que ainda ouço as vozes que me diziam na adolescência que eu não pudia demonstrar o amor que eu sentia pelas minhas amigas, pois isso poderia causar qualquer tipo de "má interpretação". Porque as pessoas pudiam falar, porque eu não precisava ficar abraçando o tempo todo, porque ninguém ama tanto alguém assim a ponto de querer abraçar em qualquer lugar. Porque eu tinha que me comportar, não grudar, não agarrar. Não demonstrar carinho, porque imagina se as pessoas me vissem abraçando uma menina no meio da rua?

E sempre me viam. 

A adolescência passou sem maiores problemas para as vozes que me invadiram em épocas atrás, mas vários para mim. Eu acho lindo demonstrações de carinho, e não só por mim ou para mim, mas amor é uma coisa que não deveríamos manter escondido nem deveríamos ter vergonha de sentir. Amor é a maior demonstração de sensibilidade e abertura emocional que alguém pode se permitir sentir e demonstrar isso é uma prova de coragem. É corajoso admitir que se ama em excesso, e, nesse momento, eu amo em excesso.

O excesso, deixaremos claro, nessa situação, não é algo ruim. Na verdade, é algo incrível. É um negócio que me eleva, me faz flutuar, que vaza através dos meus poros e deixa bem claro que eu tô super abraçando todo mundo mesmo e segurando a mão mesmo, porque a repreensão que eu sofri na adolescência, mesmo sendo persistente, não deu muito resultado, porque eu continuo aqui abraçando pessoas e assumindo minhas paixões. 

Que são muitas, aliás.  

Que me fazem sorrir sozinha. Que me fazem ansiar pelo próximo dia, pela próxima noite, pelo fim de semana, pela terça-feira. Que faz a minha cama virar protagonista de qualquer tipo de história, em qualquer circunstância. Que me faz sorrir com o corpo inteiro e querer fazer parte de coisas muito maiores do que eu consiga medir.

Amar. Amor. Amando. Em excesso. 

E estou super ok sobre isso.


*


Nenhum comentário:

Postar um comentário