terça-feira, 6 de setembro de 2016

Seja - e pronto!

O sono me carrega mas a mensagem era clara: "Passo aí". Quando alguém diz que precisa falar com você, o mínimo que você tem que fazer é estar lá e, claro, se permitir ouvir. Não que seja fácil não inventar histórias mirabolantes porque não é fácil mesmo, mas o medo geralmente nos faz esperar. Esperar até amanhã, esperar até mais tarde, até o fim de semana, até o feriado. Aí ficamos esperando. Até... Sei lá. Alguém deixar de esperar.

Minha surpresa é inegável, sua paixão é inegável e eu super me permito dizer que foi uma das coisas mais positivas e importantes que eu já ouvi. Não só sobre mim, pessoalmente - porque, sem querer ser leonina mas eu sou bem legal pessoalmente -, mas sobre meu profissionalismo aflorando e quase totalmente desconhecido. É fé misturada com uma certeza interna, que pulsa nas veias quando você diz que eu tenho um futuro brilhante pela frente. E é do caralho ouvir isso de você. 

É do caralho porque seu lado profissional é invejável por qualquer pessoa de qualquer área, porque você tem muita coisa para ensinar, porque você coloca uma fé em mim que ninguém nunca colocou. É assustador. Dentro da minha cabeça é aterrorizante e sensacional ao mesmo tempo. É como se a madrugada invadisse meus planos de dormir mais cedo porque eu ainda não acredito em uma confiança desse nível. Talvez porque eu nunca cheguei a conhecer algo assim. 

E é do caralho porque você me acha capaz de seguir o roteiro. Um roteiro trabalhoso, cansativo e monótono. Que dá vontade de fugir, de estagnar, de nem tentar. Assumo minha total responsabilidade pelas falhas e procrastinações anteriores e ainda assim você passou por aqui para dizer que eu sou mais do que isso. Venho tentando me convencer disso há meses, aí você aparece e me faz acreditar, em menos de uma hora, que sou capaz de fazer o que eu quiser, sendo que em meses eu não consegui 30% do resultado que você conseguiu em uma hora. Porque, talvez, eu realmente seja mais do que isso que eu vejo no espelho. Mais do que a minha cabeça bagunçada, mais do que remédios na gaveta, mais do que cartas com letras trêmulas e desespero em forma de rabiscos. 

Mais.

Mais do que vícios, mais do que medo, mais do que erros profundos, mais do que lembranças grotescas, mais do que traumas, sabe. Simplesmente mais. Talvez eu só tenha que aprender.

Aprender a ser.

To be.

Ich bin.


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