sábado, 7 de janeiro de 2017

Maturidade, eu vejo você

"Deus me acompanhe, Deus me ampare, Deus me levante, Deus me dê força"

Inegável que maturidade é discutível e parcialmente relativa, mas é inegável também que existem cada vez mais provas que ela está vindo para ficar. Algumas coisas não mudaram, o que me deixa, sim, em certa desvantagem, mas não acho que amadurecer tem a ver apenas com sair ganhando. Tem a ver com saber da existência dessa montanha russa que chamamos de vida, e que, nesse momento, estou em processo de descida. Mas preciso acreditar que a parte da subida está logo ali.

Não sei se é a idade me mostrando mas viver no 8 ou 80 não me parece mais algo viável. É maçante, é cansativo, é desnecessário. Antes parecia a coisa mais certa a se fazer, já hoje o certo me parece menos comum e cada vez mais pessoal. Talvez porque seja comum seguir o curso das ovelhas que estão acostumadas à ideia do abate, talvez porque seja mais cômodos seguir exemplos próximos e se manter a borda da piscina, talvez porque, mesmo acontecendo um fim do mundo por dia aqui dentro, a minha parte madura está firme tentando convencer todas as outras de que o fim do mundo chega para todos, mas existe uma chance nova a partir de todas as manhãs.

Sonhar é lindo e eu mereço. Sexo é sensacional e eu quero, sempre, para a vida inteira, com o mesmo cara. Os números foram, até então, mega interessantes, mas eu mereço um futuro cheio de descobertas e histórias novas para conhecer. Não quero mais gozos aleatórios e sonhos sem planos disfarçados de vida longa, como se fosse algo extraordinário riscar um sonho da lista, como se fosse um item para comprar no mercado. Cansa, sabe. Escolher ficar sozinha não me parece muito maduro nem saudável. Sim, eu tenho escolhido ter saúde, o que não é algo que eu escolhi com frequência nos últimos anos.

Eu vejo que eu posso muito e que tudo bem querer fugir as vezes. Assumir que a ajuda é fundamental para continuar de pé não é sinal de fraqueza, nem aqui nem em lugar nenhum, já que está tudo bem em querer deitar na cama com os pés na cabeceira. 

O tempo é implacável, mas, quando eu colo meus pedaços, eu também sou. Eu não posso adiantar um processo de cura, mas menosprezar a minha força de vontade não é algo que merece ser feito. Ver a paciência como virtude ajuda a manter a minha sanidade, mesmo estando em processo de criação da mesma, mas isso não se tornará um problema. 

Por que? Bom, "minha força não é bruta, não sou freira nem sou puta".


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