domingo, 25 de novembro de 2018

O que é ser bom, no fim das contas?

No meio de uma sociedade bagunçada que valoriza um status gigantesco e um veículo caro na garagem, eu me encontro no meio disso tudo. Sem status, sem veículo, sem foco. Eu sei que nada disso significa ter decência, no final das contas, mas por que essa sensação insistente de que eu não sou suficiente para esse mundo que cria expectativas inalcançáveis?

Eu sei que não importa o que eu tenha, materialmente falando, já que as únicas expectativas que eu preciso suprir são as minhas, e nenhuma a mais. Então por que a sensação de vazio é constante, levando em conta que eu sempre me cobro sobre ser alguém melhor para os outros e para mim mesma?

Fiquei pensando se falta leveza, se falta ser grata, se sobra medo. Fiz uma lista das coisas que eu não tinha e que agora eu consigo ter. O mais legal é que nada é físico. 

É sono. É fome. É libido. É aquela coisa de se sentir em paz no lugar que você está, fazendo seja lá o que você faz. Não que seja algo constante, mas é algo que eu consigo sentir várias vezes durante o dia, então o que falta? 

Lembrando que eu tenho conseguido buscar as coisas de uma lista que eu mesma fiz, qual a importância de riscar uma lista que eu não escrevi? E por que isso me afeta de uma forma que eu não me sinto suficiente?

Ou melhor, não me sinto boa. 

Eu sei que ser bom é sempre relativo, mas se tratando desse momento que esmaga pessoas que se preocupam em excesso, o que seria ser bom? E bom para quem?

O problema não sou eu, e eu sei. O problema é eu me ver como um problema, sendo que as pessoas que forçam a barra acham que as coisas estão indo bem. Não estão. 

Não estamos. 

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