Me assusto
com o som da porta
Enquanto
vejo os riscos de raios que marcam o céu
Por um tempo
curto a vida se mostra menor
Mas eu não
sei esconder minha preocupação
Nem meu medo
de talvez não te ouvir mais.
Esse peso
que você tanto carrega
Deveria não
ser. Deveria não ter.
A leveza
vendida não é tão inatingível assim
Porém, para
mim, ela é disfarçada de vontade
De estar, de
ser, de querer.
Eu entendo
alguém não ter e entendo esse cansaço
Que é mais
que físico, que está impregnado nas noites comuns
Disfarçado
de insônia, de vício, de fome.
Com aquela
sensação que se a morte chegar, o cansaço vai embora.
E talvez vá.
Quem já passou nunca revelou o segredo do depois.
Mas, eu
imploro, com toda a minha alma dividida
Com toda
essa culpa que fez do meu peito uma casa para morar
Que você não
caia nessa ideia de que a morte seja leve
Porque
talvez a ideia seja essa
Enganar
pessoas bagunçadas que amam de mais.
Eu te peço,
embaixo dessa poeira de dores
De um ano
pesado, cruel e egoísta
Que você continue.
Por você
Pelos risos
que você ama
Pela lista
vazia que ainda não fez
Pelos filmes
que ainda não saíram
Pelos livros
que ainda não escreveu
Por qualquer
cheiro, por qualquer cabelo
Por favor,
meu amor.
Não desista.*
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