sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Não desista

Me assusto com o som da porta
Enquanto vejo os riscos de raios que marcam o céu
Por um tempo curto a vida se mostra menor
Mas eu não sei esconder minha preocupação
Nem meu medo de talvez não te ouvir mais.

Esse peso que você tanto carrega
Deveria não ser. Deveria não ter.
A leveza vendida não é tão inatingível assim
Porém, para mim, ela é disfarçada de vontade
De estar, de ser, de querer.

Eu entendo alguém não ter e entendo esse cansaço
Que é mais que físico, que está impregnado nas noites comuns
Disfarçado de insônia, de vício, de fome.
Com aquela sensação que se a morte chegar, o cansaço vai embora.
E talvez vá. Quem já passou nunca revelou o segredo do depois.

Mas, eu imploro, com toda a minha alma dividida
Com toda essa culpa que fez do meu peito uma casa para morar
Que você não caia nessa ideia de que a morte seja leve
Porque talvez a ideia seja essa
Enganar pessoas bagunçadas que amam de mais.

Eu te peço, embaixo dessa poeira de dores
De um ano pesado, cruel e egoísta
Que você continue.
Por você

Pelos risos que você ama
Pela lista vazia que ainda não fez
Pelos filmes que ainda não saíram
Pelos livros que ainda não escreveu
Por qualquer cheiro, por qualquer cabelo

Por favor, meu amor.
Não desista.


*

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