sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Independente do que for, que seja leve

Começo de ano rola toda aquela coisa de querer tudo e se organizar para termos tudo. Acho bem legal esse otimismo, mas eu não tenho. Ok, posso ter perdido, pode ter acabado ou sei lá, sei que eu não faço mais planos que me trazer mais dor de cabeça do que vontade de tentar.

Hoje eu levo algumas ideias físicas para o lado mental. Por exemplo: se eu calço 36, convém eu pegar um número que não encaixa e forçar uma adaptação? Então qual o sentido de ficar me adaptando em relações que eu não me encaixo? Qual o sentido de fazer algo que, além de não me deixar bem, me faz não querer ver o final?

 Para mim, nenhum.

A percepção de que eu preciso estar sempre atenta para continuar é assustadora. É assustador perceber que se eu fizer tudo que eu sinto vontade, prisão seria só o primeiro passo de um caminho que termina com uma frase clichê em um pedaço de mármore. Não deveria ser dolorido me manter sã. Se eu estou sempre buscando relações fáceis, por que a relação comigo mesma anda tão difícil?

Eu acredito de mais nessas sensações que sentimos quando conhecemo alguém e parece que já nos conhecemos há anos. Eu confio na leveza. Confio nessa coisa de que ser leve e bom vale mais do que o tempo do convívio em si, e ninguém nunca me convenceu do contrário.

Não mereço menos do que algo leve, que me faz querer mais quando o assunto acaba ou quando a porta se fecha.


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